Essa que vejo no espelho
de triste semblante refletido,
será um resto de tempo esquecido
ou só relâmpago de olhar vermelho?
Essa que nem se pode distinguir
fica ali inexpressiva, paralisada,
em cada detalhe, busco em vão, assustada
um traço ou outro que me possa definir.
Onde, minha serenidade?
Onde, minha juventude?
Vejo no espelho o tudo que jamais pude
e a frustração de ser só metade.
Pobre imagem, no espelho, esculpida
serei eu, será ela... a realidade inexiste.
Porcelana pálida, fiel retrato triste,
sou ninguém... alheia a mim, alheia à vida.
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