quarta-feira, 18 de fevereiro de 2009

Brilho Insone

menina de olhos abertos
de insônia em insônia
nas madrugadas

entre acordes de violão e vinis de Chico
e drummonds avulsos
que coisa
não dorme

notívaga
derrama o fim do escuro
em mais uma xícara de café

e que à noite brilhem sempre
como estrelas,
olhos sem receita de Ester.

Cris e Calaça

sábado, 14 de fevereiro de 2009

Função Poética

A mim já não satisfaz
a arte perfeita, pesada e medida.

Prefiro minha loucura dolorida e sincera
aos valorosos moldes vazios.
Meus substantivos desadjetivados
não cabem nas suas leituras.

Deixo para o papel algumas
overdoses que não tive,

e que meu sentimentalismo barato
sirva-me pelo menos para rascunhar
alguns orgasmos, ainda que medianos
metrificados em fingimentos poéticos.

Pequeno poema de amor

Meus lábios
pequenos
se alegram
com tua língua
ágil e precisa
me provocando
arrepios
e acelerando minha respiração.

Preparas a boca
que te come.

sábado, 7 de fevereiro de 2009

Algemas

pés e mãos
atadas
nada a fazer
só a sentir.

palidez

Ando pálida
sangrando palavras antigas entre silêncios errados
nas noites em que atravesso
fingindo dormir.

Minha incoerência
é manter-me desperta
é forjar expressão
quando todos os meus sentidos
já me deixaram.
Nua.

segunda-feira, 2 de fevereiro de 2009

Confessional

As paredes vazias e silenciosas já não me fazem companhia.

Solitariamente,
absurda e intrépida,
busco a palavra certa,
que se esconde entre minhas desorganizações.

O quarto sufoca minha insônia
e o calor é a minha insanidade.

E se hoje não durmo só,
é porque não durmo.

Só.