terça-feira, 4 de janeiro de 2011

Dezembro

A cidade fervilha e transborda calores.
Ela dança
viva,
cheia de tremores e raios ultravioletas,
orgasticamente.

Em outro tempo,
o mormaço era só essa embriaguez,
feita de movimentos e suor,
que controla as pessoas, automóveis
e seus ruídos misturados.

Mas agora o sabor das ruas se confunde com seus nomes.
Suas calçadas e esquinas
explodem vida em miséria e sensualidade.
E as pessoas passam.
E os vendedores gritam.
E a criança chora.

Sob o sol
dezembro desliza no negrume quente do asfalto.

2 comentários:

Morcego Vermelho disse...

(...)e assim derretemos nossas olheiras, herdeiras de nossos flertes noturnos com o luar, que preferiríamos não ver em nossas noites insônes.

Bela poesia Cris.

Tico Litlle disse...

e ja é janeiro..e as negritudes do asfalto, continuam quentes, e as noites, mais coloridas!