Há versos ocultos em risos cínicos,
Presos na garganta, em gritos atônitos.
Como quisessem explodir em vômitos,
Revoltos, paralisam os dedos tímidos.
Maldita seja essa ânsia estúpida
De rasgá-los em mil pedaços públicos
E espalhá-los por esses becos úmidos.
Gozar de uma serenidade súbita.
Livre, a garganta, dos versos patéticos,
Teria a boca uma secura pálida.
Corpo limpo de meus lixos poéticos.
A alma leve, em suspiros proféticos
Desprenderia em brancura flácida.
Voaria. Invisível aos olhos céticos.
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