Sinto o fracasso latente em meus ombros.
Pesa em meus passos que vão devagar
Áspero gosto de falta de ar
vejo-me agora em meus próprios assombros.
Já dessa ingrata e efêmera vida
nada desejo, tampouco piedade.
Só, no limite da mediocridade
sofro calada, minh’alma implodida
Tal qual abutre que aguarda no chão,
do alimento, um último espasmo,
sonda-me a Morte em sinistra atenção.
Neste processo de putrefação,
traga-me o fim, ao menos um orgasmo
e que partir não me seja em vão.
2 comentários:
Lindo, adorei minha querida.
o sonho amortecido,
quando transfigura a alma,
deixa desguarnecida a razão,
o que importa, que venha a solidão.
Extraordinário!
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