segunda-feira, 28 de julho de 2008

Incertezas



Em que areias perdi minhas certezas?
Que mar é este em que me afogo?
Na alma, arde o peso de não saber-me mais...
Onde há porto? Onde há cais?
Busco vãs antigas fortalezas
Que me fogem como me foge a paz.

Em que areias, ou em que terras estranhas,
Atirei cada uma de minhas defesas?
Soltei ao vento ilusões inteiras,
Que voaram, voaram, voaram longe...
Trouxeram-me dores tamanhas
Ao corpo cansado, às minhas mãos presas.

Meu nome... este triste sussurro das ondas...
Vou sendo levada como se leva uma criança.
Tão perdida em calmas lágrimas derradeiras
Esperança...
Onde estás, que não me encontras?

Perguntarei às nuvens daquela que um dia fui
E já nem me lembro.
Se chegarei à praia, não sei, não sei...
Guardo em mim dúvidas e todas as tristezas.
E caso eu chegue, tomarei meus sonhos incompletos,
Os guardarei em meus lábios quietos,
E nas areias buscarei as velhas certezas.


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