domingo, 17 de maio de 2009

calmaria






Talvez eu tentasse falar
mas o silêncio ganhou minha língua e voz
e me desfez mansamente,
a mim, que desconheço o que é manso.

Num breve momento de desvelo e perfume,
as minhas pálpebras serenaram.
O que era efêmero se transfez:
e susteve o tempo, feito um acorde.

Mas um pedaço de mim se desprendeu
com a leveza da tua voz descansada.
Ficou a sensação que nem se descreve
do riso fácil que não se mostra,

da paz, em minhas mãos aquecidas,
do gosto das palavras caladas.

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