sábado, 25 de outubro de 2008

Despedida



Nasce insana a manhã inexpressiva
Vem sombria em seu véu que cai cinzento
Não restou teu olhar ou tua voz viva
Só um reflexo de um triste e vão lamento.

Tuas lembranças ficaram em cada canto:
Nas paredes, nos quadros, tuas costuras.
E o meu peito inflamado de amor santo
Cresce em sangue avistando as sepulturas.

Um inquietante silêncio assim se faz
Em teus pálidos lábios que eram vida
Com histórias de ti em Minas Gerais.

Mas ao ver-te sumindo em terra fria,
Vai além de uma lágrima crescida:
- Vai contigo a criança que sorria.

domingo, 19 de outubro de 2008

Embriaguez


Pensamentos
tropeçam torpes
neste espaço insólito
real e ilusório.

Vou ao meio em linha reta
anestesiada e olhos semiabertos
tento
retomar o rumo.

-Se ao menos lembrasse para onde estava vindo...

domingo, 12 de outubro de 2008

Previsão

Hoje acordei nublada

silenciosamente fechada
para o mundo e seus sons.

Prenúncio de nova tempestade.

quinta-feira, 2 de outubro de 2008

Elegia

Tua imagem
é um silêncio pesado,
opaco e intransponível

moldado pela terra sobre meu peito

Um resto de lembrança
e uma saudade ...
que dói