. Me falta um cigarro entre os dedos. e a paz tranquila de quem se despede daquele verso único que se consegue uma vez na vida antes de enterrar a poesia gasta. . Me faltam dois dedos de uísque, e não venham com taças de vinho e o sono pesado e embriagado alheio à ressaca do dia seguinte. . Me sobrou o lítio artificial assassinando qualquer poema de dor, ou de gozo. De amor inventado. . Duas bolas castanhas pousam acima de minhas olheiras sem histórias para contar nem pesadelos. . E se é de mim mesma a falta que sinto é que nem sei mais encontrar minhas partes que vão ficando espalhadas pelos caminhos sem nem ao menos brotar um pé de mim.
Uma escrevinhadora que arrisca alguns versos para não morrer sufocada por palavras. Surtada. Impulsiva. Desastrada até nas rimas. Queria ser poeta, mas dos poetas só herdei o jeito esdrúxulo de ser. Ou não ser.